terça-feira, 1 de maio de 2012

Maio - O mês das "sagradas mães"


A “alma feminina” de um dos poetas Pernambucanos. por: Macarrão*. Neste mês de maio do ano de 2012 de Nosso Senhor Jesus Cristinho o poeta conta a verdade de seu sonho no qual o Deus mulher, há algumas décadas atrás, observando o estado de podridão e loucura em que se encontrava a terra mauricéia, decidiu enviar deusas e sibilas, todas poetisas, todas lindas, sereias celestiais, afim de exterminar o desapego e solidão que fazia sofrer os pernambuquinhos. Houve um grande conselho no céu no início da segunda metade do século passado e ali ficou decidido. Naquele sonho estavam presentes o Deus mulher maior, esposa do Deus homem maior, e as esposas dos Deuses Buda, Maomé, Crisnamurti, e Krishina. Essas cinco e mais Iansã e Iemanjá, secretárias do conselho que também assinaram o termo de salvação. Sim! Termo de salvação porque as enviadas tinham por missão trazer a beleza aos corações dos homens da Roma de Bravos Guerreiros. Porém não enviaram as deusas poetisas de uma só vez. Estão sendo enviadas até hoje e lembraremos-nos de algumas delas adiante. Algumas damas-deusas da década de 60, umas armorial-marginais de 70, algumas margino-independentes de 80 e 90, outras novas-sibilo-pragmáticas da rica primeira década do novo século, e até lembraremos umas ultra-pós-ficcionais de nossos dias. É realmente fenomenal a poesia Pernambucana, não é? Tag question a parte, e já respondido, mais fenomenal ainda fica se separarmos a poesia em nosso Estado, e nem sei se isso é necessário, em poesia dos homens e poesia das mulheres que fazem a poesia aqui na terra de Manoel Bandeira. Essas deusas foram escolhidas a dedos-de-deus não só pela beleza que suas letras poderiam levar à mente de todos nós, mas também por todos os outros atributos que trazem consigo. Via de regra são excelentes mães, amigas, conselheiras, e grandes mulheres de cama, mesa e banho. Conheço algumas delas, umas cheirosas e outras muito cheirosas; algumas brancas e outras morenas e negras; altas ou baixas; ricas e pobres; lindas ou muito lindas. No sonho, anáfora minha (aqui mecanismo de retomada lexical), eram bem mais de cem. Estavam todas presentes, mas ao acordar, pequei de pronto uma folha de papel pautado e tratei de escrever o nome de cada uma delas. Infelizmente, e apesar de muito esforço, não consegui lembrar-me de todas elas, porém depois de terminar de grafar no papel seus nomes, fiz outra lista, esta que levo a todos em ordem alfabética, e faço isso com o intuito de estimular todos a pesquisarem e buscarem ler alguns textos dessas deusas-poetisas. Adélia Flô, Adriana Guimarães, Adriana Perruci, Aline Andrade, Ana Cely Ferraz, Bia Marinho, Beatriz Montenegro, Cecília Vilanova, Cida Pedrosa, Dione Barreto, Elizabeth Hazin, Fátima Quintas, Flavia Gomes, Flor Pedrosa, Gabriele Vitória, Geórgia Alves, Gerusa Leal, Haidée Camelo, Heloísa Bandeira, Jade Dantas, Jacineide Travassos, Jair Martins, Janice Japiassú, Júlia Larré, Júlia Lemos, Júlia Rocha, Jussara Salazar, Ladjane Bandeira, Luciana Rabelo, Lucila Nogueira, Maria da Paz Ribeiro Dantas, Mariane Bigio, Marta Braga, Micheliny Verunschk, Nathália da Mata, Raisa Feitosa, Regina Carvalho, Risomar Fasanaro, Samantha Medina, Silvana Menezes, Suzana Moraes, Telma Brilhante, Tereza Tenório, Verônica Brayner, e Vitória Lima. São algumas que estavam no sonho e que lembrei... Fiz umas pesquisas em sites e minha lembrança para elaborar o rascunho. O conselho dos céus foi generoso com a terra de Luiz Gonzaga. E eu, deixo para ativar a curiosidade dos leitores, um poema de Lucila Nogueira, para mim a rainha da poesia pernambucana, poema esse que com certeza é também sentimento de todas as outras que citamos. Poema “I” de Zignares. Falarão meus poemas pelas ruas De cor como receita de viver E aqueles que sorriem pelas cosas Recitarão meus versos sem os ler Falarão meus poemas pelas ruas De cor como receita de viver Dirão que fui um mar misterioso Onde quem navegou não esqueceu Falarão meus poemas pelas ruas De cor como receita de viver Dirão que era poesia e não loucura Meu jeito de sonhar todos vocês Falarão meus poemas pelas ruas De cor como receita de viver Perguntarão por que vivi tão pouco Sem dar-lhes tempo de me perceber E aqueles que sorriem pelas costas Recitarão meus versos sem os ler. E o poeta assim se orgasma em sua alma feminina com as sutilezas e verdades ditas e eternizadas por essas Deusas das Palavras, deixando a todos esse lindo sonho. Sintam-se todos abraçados por um poeta pernambucano. Não é necessário, por hora, falarmos dos recentes embates na Síria e no Sudão, nos altos índices de assassinatos que assola nosso querido Ceará, e nem dos juízes que vendem sentenças, dos policiais e políticos corruptos, aqueles que parecem não ter família, filhos, amor por nada, nem a Deus, não, não adianta falar das armas que vivem livres nas mãos de crianças e jovens, e dos “atos isolados” como são classificados os crimes hediondos, chacinas e tudo o mais que vemos diariamente nos programas de TV. Fiquemos somente desejando a todos um “feliz dia das mães” e vamos todos aos shoppings fomentar um pouco o grandioso pai responsável pelo caos urbano e rural que bebemos diariamente, o capitalismo. Por hora, deixo-vos uma máxima: - Só a poesia pode salvar a todos! * Roberto (macarrão) Queiroz é empresário, poeta, pesquisador da poesia pernambucana e aluno do curso de letras na UFPE.

Nenhum comentário: