
Quando criança brinquei muito na rua, mas me lembro de ter passado boa parte em cima da cama. Tive rubéola (com menos de um ano), sarampo, catapora, papeira e algumas pneumonias. Com sarampo perdi a visão, mas foi voltando no mesmo dia.Como ela ficou preocupada quando eu disse de cima da cama: - estou voltando a ver. Eu disfarcei para não ser levada ao hospital.
Mamãe só me levou ao médico duas vezes: uma pra avaliar pq eu era tão palidazinha e outra quando passei um mês menstruada e com febre. Sobre a palidez, a médica falou q meus vasos sanguíneos eram menos superficiais. Da segunda vez q fui, nada foi diagnosticado.
Nas minhas acamações eu tinha delírios pq a febre era sempre alta.Lembro da minha irmã e meu irmão juntos de mim na cama rindo das bobagens q eu falava.
Minha mãe tratava a minha febre com antitérmico e muitos panos embebidos com álcool(sobre a testa, garganta, tórax e costas). Dava um frio doído quando o pano encostava. Pior era quando tinha q tomar o banho: mamãe pegava uma bacia de alumínio, colocava uma água "pelando o couro", com álcool e colônia.
Ela era rezadeira, benzedeira das boas e sempre pegava um ganhinho de pinhão-roxo q tinha no nosso jardim, pra me benzer: "com dois te botaram, com três eu te tiro..." E o galhinho ia ficando murchinho.
Ruim é ficar doente, mas como é bom ter por perto da gente quem nos ama e cuida. Melhor médica, nunca haverá.
Saudade tem nome.
(Cecília Villanova)